UNIDADE 3: MUDANÇAS
NA SOCIEDADE
Ver
infográfico da pág. 66
Tema 1: Mudanças
no campo e nas cidades
Até
o séc. X, a Europa era basicamente ruralizada, mas a partir daí várias
transformações ocorreram em decorrência das seguintes inovações:
·
Invenção
da charrua (arado com lâmina de
ferro). Ver
gravura pág. 68
·
Rotação trienal de culturas:
dividia-se o terreno em três partes e cultivavam-se produtos diferentes em duas
delas, enquanto a terceira permanecia em repouso para evitar o esgotamento do
solo. A cada ano, revezavam-se os produtos e o terreno que permanecia em
descanso, ou seja, sem plantio. (ver esquema pág. 69)
·
Novo
sistema de tração animal: o
atrelamento dos animais deixou de ser feito pelo pescoço e passou a ser pelo
peito, diminuindo o esforço do animal.
·
Moinhos d’água ou de
vento: facilitaram a moagem de trigo.
Além
dessas inovações técnicas, a Europa passou por um período de paz. Assim, com
mais alimentos e redução de número de mortes, houve um grande aumento da população, que passou de 23
milhões para 55 milhões de habitantes.
Muitas
pessoas deslocaram-se para as cidades (chamadas, na época, de burgos) e passaram a se dedicar ao
artesanato, comércio e empréstimos de dinheiro a juros.
Alguns
burgueses (moradores dos burgos) mercadores
enriqueceram e tornaram-se poderosos. Outros eram pequenos comerciantes ou
artesãos. Havia, ainda, a população mais pobre que não tinha trabalho fixo e
acabava por mendigar.
Das
atividades artesanais, a mais comum era a produção têxtil, com pequena divisão
do trabalho, como vemos a seguir:
·
Mestres de ofício: donos das
oficinas.
·
Aprendizes: jovens que
aprendiam o ofício. Começavam aos 10 ou 12 anos, não recebiam salário, somente
alojamento, alimentação e vestuário.
·
Jornaleiros: trabalhavam por
jornada e recebiam salário. Com o tempo, podiam tornar-se mestres. Observar gravuras
págs. 68 e 69
Os
artesãos de um mesmo ofício formavam a corporação
de ofício, que fiscalizava a qualidade e o preço dos produtos, protegendo
os artesãos da concorrência.
Aos
poucos, o comércio voltou e os mercadores viajavam para vender e comprar
mercadorias, encontrando-se nas feiras, que tinham locais e datas fixos.
Com
o desenvolvimento do comércio, algumas cidades transformaram-se em centros
mercantis e as feiras declinaram, ou seja, perderam sua importância.
Tema 2: As
Cruzadas
Em
1076, a cidade de Jerusalém (Terra Santa) foi invadida pelos turcos e, em 1095,
o Papa Urbano II convocou a população para reconquistar a cidade, que era local
de peregrinação dos cristãos. Formaram-se expedições militares, que mais tarde
foram chamadas de Cruzadas por causa
da cruz que os guerreiros tinham estampada em suas vestimentas. Ver figura da pág. 73
As
Cruzadas eram, portanto, expedições
militares que tinham por objetivo libertar a Terra Santa (Jerusalém) do domínio
dos turcos. Esses conflitos foram chamados de guerra santa, pois significava morrer (ou matar) em nome de Deus.
Oportunamente,
as Cruzadas foram usadas também para ampliar as áreas de comércio e buscar
riqueza e terras no Oriente.
Os resultados das Cruzadas
Do
ponto de vista religioso, as Cruzadas não
foram bem sucedidas no objetivo de reconquistar a Terra Santa, mas contribuíram para acelerar as mudanças
ocorridas na Europa, que foram:
·
Enfraquecimento do
sistema feudal:
senhores endividados e servos que não retornaram das Cruzadas.
·
Despovoamento de parte da Europa.
·
Aumento do movimento no
Mar Mediterrâneo e do comércio entre o
Oriente e o Ocidente (portos de Veneza e Gênova).
·
Maior
contato com o conhecimento da cultura greco-romana e muçulmana,
principalmente em áreas da filosofia e matemática.
Tema 3: A
formação dos Estados europeus modernos
Os
países europeus que existem hoje começaram a se formar a partir das
transformações sociais e econômicas no séc. XI, tais como:
·
Ressurgimento das
cidades e do comércio:
muitos servos saíram da área rural e foram para as cidades e muitas pessoas
passaram a se dedicar ao comércio.
·
Com
o fracasso das Cruzadas, muitos senhores empobreceram e precisaram do
rei para defender sua propriedade, dando, portanto, mais poder à realeza.
Vamos ver como se
formaram a Espanha, Portugal, França e Inglaterra:
Península
Ibérica (atualmente Espanha e Portugal): essa região foi dominada pelos
muçulmanos no início do séc. VIII. No séc. XI os cristãos se organizaram para
retomar o território através de batalhas conhecidas por Reconquista.
A
partir dessa “reconquista”, formaram-se os seguintes reinos: Leão, Castela,
Navarra e Aragão, que disputavam o controle político e territorial entre si,
até que houve o casamento do rei Fernando, de Aragão, e Isabel, irmã do rei de
Leão e Castela. Dessa união, formou-se o país Espanha (séc. XV).
A
formação de Portugal deu-se através
de Afonso Henriques, filho de Henrique de Borgonha, que havia recebido um
território do rei de Leão e Castela, no séc. XI, denominado Condado Portucalense.
No séc. XII, Afonso Henriques rompeu com o rei de Castela e proclamou-se rei
das terras recebidas por seu pai, dando início ao reino de Portugal.
França:
a monarquia francesa começou a centralizar o poder no séc. XII, quando
enfraqueceu o poder da nobreza e da Igreja e o rei Felipe, o Belo, convocou os
Estados Gerais (assembleia) para comunicar as decisões reais.
Inglaterra: a centralização
do poder começou com Henrique II, também no séc. XII. A Inglaterra passou por
um período de enfraquecimento do poder dos reis, começando com o rei Ricardo
Coração de Leão, que lutou nas Cruzadas, até o rei João Sem Terra que foi
obrigado a assinar a Magna Carta (1215), limitando o poder do rei, dando mais
poder ao Parlamento.
Tarefa:
pág. 76
Tema 4: O saber
e as artes
O saber medieval
Durante
a Idade Média a Igreja tentava colocar a razão a serviço da fé, tendo a Bíblia
como a autoridade máxima do conhecimento.
As
faculdades existentes eram de Artes, Teologia, Direito e Medicina. Estudava-se
durante 4 ou 5 anos (trivium) a gramática, a retórica e a dialética. Para
tornar-se mestre, estudava-se aritmética, geometria, astronomia e música
(quadrivium).
A literatura
Exemplos
de obras literárias:
·
Divina
Comédia, de Dante Alighieri
·
Decameron,
de Bocaccio.
Tema 5: Os
sinais da crise – a peste negra e a grande fome
A origem da epidemia
Transmitida
pela pulga de ratos transportados em navios da Ásia Central até a Europa, a
peste negra dizimou 1/3 da população europeia entre 1348 e 1352.
A propagação da peste negra
Por
conta da falta de higiene, os ratos infestavam as casas e as pulgas alojadas
neles, contaminadas por uma bactéria, picavam os seres humanos e animais,
transmitindo a doença. Para os europeus, as doenças eram consideradas castigo
de Deus.
A grande fome
Entre
1314 e 1315, a população europeia enfrentou más colheitas por conta da chuva,
do frio e do esgotamento do solo.
Com
poucos alimentos, o preço subiu e a população ficou desnutrida, facilitando a
propagação da doença.
A
Europa enfrentou, nesse período, uma grave crise social.
As consequências da peste negra
Com
a morte de 1/3 da população (20 a 25 milhões de pessoas) houve uma grande
redução da atividade econômica, o que provocou o desabastecimento e o aumento
da miséria.
Além
da doença, a fome também matou milhares de europeus.
Tema 6: As
revoltas nos campos e nas cidades
Revoltas camponesas
Entre
1337 e a453 aconteceu a Guerra dos Cem
Anos entre a França e a Inglaterra, o que provocou a destruição da
agricultura. Além disso, as mortes devido à peste negra reduziram a mão de obra
camponesa.
A
Igreja, os governantes e os senhores feudais aumentaram os tributos cobrados e
a população camponesa promoveu várias revoltas na década de 1350, chamadas jacqueries, na França.
As jacqueries
O
nome jacqueries vem de “Jacques Bonhomme”, que significa “João ninguém”, uma
forma preconceituosa de se referir a pessoas empobrecidas. Os jacques, como
eram chamados os revoltosos, que tinham por objetivo exterminar a nobreza,
assinaram senhores feudais e queimaram vários castelos. Foram duramente
reprimidos e mais de 20 mil camponeses morreram.
Revoltas urbanas
Nas
cidades também ocorreram revoltas armadas com a união de camponeses e
trabalhadores urbanos que lutavam, principalmente, contra a cobrança de impostos.
A superação do feudalismo
Em
função das guerras, más colheitas, peste negra e revoltas do séc. XIV, o
sistema feudal se desestabilizou. A nobreza e o clero perderam terras e
poderes, mas a burguesia se firmou, comprando terras dos nobres e ocupando
cargos administrativos na corte.
Muitos
camponeses se livraram da servidão e migraram para as cidades, tornando-se
trabalhadores livres.
Tarefa:
pág. 86